Introdução
É bem sabido que os episódios envolvendo muitas vítimas definem um verdadeiro desafio para as ciências forenses em geral, bem como para a Genética Forense. Os MPIs e DVIs podem apresentar diferentes graus de complexidade. O número de vítimas encontradas, o número mínimo de vítimas calculado ou relatado, o grau de desarticulação das vítimas ou a presença de restos mortais misturados são algumas das dificuldades encontradas. O desaparecimento de vários membros de um mesmo grupo familiar ou determinados grupos étnicos com sub-estruturação, erros nas genealogias de referência dos parentes são também algumas das situações complexas que as ciências forenses enfrentam quando estão na presença de um MPI ou DVI.
Da mesma forma, as provas/amostras podem ser mal conservadas levando à obtenção de perfis de STRs parciais com a possibilidade de drop-out alélico, o que reduz consideravelmente o poder de discriminação adicionando a necessidade de aplicação de correcções estatísticas. Além disso, comparações genéticas em grande escala entre amostras de referência e as amostras obtidas trazem problemas adicionais, tais como coincidências ao acaso ou falsos positivos. Além disso, valores de LR (razão de verosimilhança) críticos poderão ser encontrados, abaixo do limiar pré-estabelecido que considera uma identificação fiável, quer por causa da obtenção de um perfil parcial ou por haver pedigrees familiares pouco informativos.
O objetivo deste exercício é o de introduzir os laboratórios participantes para os complexos problemas da MPI e DVI, processamento de dados genéticos, comparação e avaliações estatísticas, o uso de valores de probabilidades a priori, a consideração de valores críticos de LR, etc.
Contudo, o exercício proposto neste caso é bastante simples, incluindo apenas uma pequena proporção da complexidade acima mencionada e, mesmo não sendo uma imagem completa da realidade, pensamos que poderá ser útil para os laboratórios para tirar vantagem deste primeiro desafio e a experiência que dele podem obter.
Este grupo de trabalho, com base nos resultados obtidos neste exercício, planeia desenhar outros exercícios que envolvam maior complexidade.
Material
Os participantes receberão a seguinte documentação:
1. Descrição do caso
2. Ficheiro Excel contendo os perfis de DNA (aSTRs) a partir de restos humanos e perfis de DNA (aSTRs) de parentes de pessoas desaparecidas ( com o grau de parentesco incluído).
3. Tabela das frequências alélicas.
Resultados
Os Laboratórios participantes terão de enviar um formulário modelo preenchido com a metodologia usada e os resultados obtidos.
Um artigo será escrito em colaboração com Thomas Parsons (ICMP).
Organizador e Contacto
Carlos Vullo
Laboratorio de ADN del Equipo Argentino de Antropologia Forense (EAAF)
Se estiver interessado em participar neste exercício, por favor entre em contacto com Carlos Vullo ([email protected]) antes de 15 de Fevereiro de 2014.
Prazo limite de envio de resultados: 15 de Maio, 2014.
Muito obrigado!